- 2.06.25
- Otávio Albuquerque
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Hytalo Santos e a Polêmica dos Vídeos com Menores
O universo dos influenciadores costuma atrair manchetes por campanhas, tretas e até deslizes. Desta vez, o nome que circula em toda parte é Hytalo Santos. Bastante popular nas redes sociais brasileiras, ele virou alvo de uma investigação pesada do Ministério Público da Paraíba (MP-PB). O motivo? Vídeos de dança protagonizados por menores de idade, com teor considerado sugestivo demais para adolescentes.
Tudo começou em dezembro de 2024. O MP-PB recebeu denúncias de que conteúdos publicados nos perfis de Santos traziam crianças e adolescentes em situações que soavam sexualizadas. Não estamos falando só do debate polêmico sobre limites do humor ou da criatividade. A questão entrou mesmo no campo do crime, porque o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) proíbe a participação de menores em qualquer produção que tenha conotação sexual, incluindo conteúdos dançantes exibidos para milhões de seguidores na internet.
Entenda o Que Está em Jogo na Investigação
A investigação aberta pelo Ministério Público tem alguns focos bem claros. Primeiro: os promotores querem descobrir até que ponto Hytalo Santos teria envolvido menores na produção desses vídeos. Segundo: precisam saber se houve pressão para que os adolescentes aparecessem dançando de forma provocativa, ou se o contexto dos vídeos era capaz de expor as crianças a riscos reais de exploração sexual. Tem ainda o desafio de analisar como o conteúdo foi distribuído e viralizado online: afinal, a web é terra fértil para que vídeos circulando em massa saiam do controle rapidinho.
Advogados especialistas em direito digital explicam que, mesmo sem nudez explícita, conteúdos que sexualizam ou sugerem erotização de menores podem ser enquadrados como crime. O ECA, inclusive, é bem rigoroso: não basta só o consentimento dos pais ou responsáveis, já que a lei visa proteger a parte mais vulnerável dessa equação — ou seja, as crianças.
O Ministério Público ouviu familiares de jovens que aparecem nos vídeos e requisitou perícia em todo o material divulgado por Santos. O histórico digital do influenciador, diálogos com equipe de produção, contratos (caso existam) e até a maneira como as filmagens eram organizadas ajudam a entender se houve dolo ou negligência na criação do conteúdo.
Por enquanto, Hytalo Santos não se pronunciou detalhadamente sobre o caso em suas redes. O silêncio deixa seguidores especulando e acende discussões acaloradas sobre os limites do entretenimento na internet. Muita gente começa a reavaliar o consumo desses influencers, ainda mais quando aparecem indícios de que menores podem estar sendo expostos sem considerar as consequências emocionais e legais.
O desfecho da apuração deve indicar se Santos responderá criminalmente ou se haverá implicações mais amplas para criadores de conteúdo que trabalhem com crianças — um debate que, cada vez mais, exige responsabilidade tanto de quem produz quanto de quem assiste.
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