Bradesco: Crescimento no Lucro Líquido do 3º Trimestre de 2024 e Impactos nos Dividendos

Bradesco: Crescimento no Lucro Líquido do 3º Trimestre de 2024 e Impactos nos Dividendos

No terceiro trimestre de 2024, o banco Bradesco, listado na bolsa sob o código BBDC4, apresentou um desempenho notável ao reportar um lucro líquido de R$ 5,2 bilhões, representando um incremento de 13,1% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Este crescimento expressivo no lucro decorre de uma série de fatores, incluindo um aumento na margem financeira total e um crescimento significativo na carteira de crédito, que terminou o trimestre avaliada em R$ 943,891 bilhões. Este avanço na carteira foi impulsionado, principalmente, por operações com pessoas jurídicas, que cresceram 11,2% anualmente, com destaque para as pequenas e médias empresas, que obtiveram uma taxa de crescimento de 16,9%.

Embora o lucro tenha crescido, os dividendos pagos aos acionistas apresentaram uma redução de 5,23%, totalizando R$ 8,17 bilhões entre janeiro e setembro de 2024. Essa queda nos dividendos se deve, conforme explicou Oswaldo Tadeu Fernandes, diretor executivo do Bradesco, a uma estratégia de provisão de juros sobre o capital próprio durante o período. A expectativa, entretanto, é que o banco aumente significativamente o pagamento de dividendos no quarto trimestre de 2024 para alcançar o patamar de R$ 11,31 bilhões registrado em 2023.

Indicadores Financeiros do Bradesco

Os indicadores financeiros do Bradesco ao longo do último trimestre revelam um cenário otimista para o banco. A margem financeira total teve um aumento anual de 0,9%, alcançando R$ 15,999 bilhões, enquanto que o crescimento trimestral foi de 2,7%. Em um cenário de desafios econômicos, a capacidade do Bradesco em aumentar sua margem financeira reflete resiliência e habilidades de gestão eficazes.

Outra área de destaque foi a receita de prestação de serviços, que aumentou 8,7% em relação ao ano anterior, atingindo R$ 9,904 bilhões. Este crescimento foi potencializado pelas operações de cartão de crédito e serviços relacionados. Sem a consolidação dos números da Cielo, esse aumento anual seria de 5,1%, totalizando R$ 9,6 bilhões. A queda na taxa de inadimplência, medida por atrasos acima de 90 dias, que reduziu 1,4 pontos percentuais para 4,2%, é outro sinal de melhorias notáveis, especialmente no segmento de varejo.

Análise do Mercado e Recomendações

As prospectivas para o investimento nas ações do Bradesco dividem opiniões entre analistas. Milton Rabelo, pesquisador da VG Research, vê com otimismo as ações do banco, destacando os esforços de reestruturação e prevendo uma recuperação mais clara a partir de 2025. Ele acredita que o Bradesco será capaz de entregar dividendos robustos nesse ano, atraindo investidores ansiosos por retornos significativos. Contudo, há outros analistas que aconselham cautela, sugerindo que existem alternativas mais atraentes no setor financeiro, como o Banco do Brasil (BBAS3) e Itaú (ITUB4).

A confiança do mercado no Bradesco, mesmo diante da volatilidade econômica global, é um reflexo de sua sólida estratégia de crescimento e gestão financeira. Enquanto investidores aguardam os resultados do quarto trimestre, a expectativa é que o banco consiga equilibrar seus objetivos a longo prazo com os retornos imediatos esperados por seus acionistas. A capacidade do Bradesco em ajustar seus dividendos no próximo trimestre será crucial para manter a confiança dos investidores e assegurar uma trajetória de crescimento sustentável.

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