- 14.05.25
- Otávio Albuquerque
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O drama silencioso nos bastidores dos gramados
Ninguém imagina a montanha-russa que virou a vida de um atleta quando as câmeras se desligam. Rodrigo Caio, 31 anos, sentiu na pele o lado mais cruel do futebol: a ameaça de não apenas encerrar a carreira, mas de perder a própria perna. Uma simples artroscopia no joelho virou pesadelo quando uma infecção séria parou tudo. Para quem o viu brilhar no São Paulo e levantar taças no Flamengo, aquela força parece indestrutível, mas nos bastidores a luta foi gigante.
O defensor, que também passou rapidamente pelo Grêmio, encarou dores físicas e psicológicas. São anos fechando circuitos de clínicas, enfrentando incertezas no centro de recuperação, enquanto o nome sumia das escalações e das manchetes. "Teve momentos em que pensei que nunca mais jogaria. Dormir sentindo dor era rotina. Mais difícil ainda era acordar cedo sem saber se conseguiria caminhar normalmente", desabafou a pessoas próximas.

O recomeço e a busca por felicidade dentro de campo
Hoje sem clube, Rodrigo Caio redescobriu o que fez dele apaixonado pelo futebol ainda menino: a alegria de simplesmente jogar. A maior vontade de agora? Não é levantar troféus, embolsar salário gordo ou faturar prêmios. Ele busca um clube que enxergue o que ainda pode entregar e permita uma sequência saudável, sem o fantasma das lesões rondando a cabeça o tempo todo.
O segredo desse novo momento está no equilíbrio. Se preparar fisicamente virou obsessão, mas também cuidar da cabeça passou a ser rotina. Psicólogos e fisioterapeutas são aliados de peso nessa trajetória. "Quero voltar a sorrir em campo, correr sem medo e me divertir. Futebol é isso. Lutei demais, agora só quero desfrutar", repete a quem o entrevista. Ele sabe que conviver anos com dores mina não apenas o físico, mas tira o prazer e mexe com autoconfiança.
Enquanto analisa propostas, Rodrigo recusa precipitações. Nos bastidores, quem acompanha o mercado diz que ele ainda tem muito a entregar, apesar do tempo afastado. Afinal, experiência, raça e visão de jogo não se perdem. Agora, com a cabeça no lugar e o corpo recuperado, ele está de olho em oportunidades que façam sentido. Afinal, recomeçar é também ter a chance de surpreender e provar, para ele mesmo e para o futebol, que o Rodrigo Caio ainda tem história para contar vestindo chuteiras.
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