A noite de 15 de janeiro de 2025 no Toyota Center, em Houston, foi um espetáculo de ofensiva e energia. Os Houston Rockets derrotaram os Denver Nuggets por 128 a 108, em um jogo que deixou a torcida local em pé — e os adversários, sem respostas. O responsável por esse show? O ala-armador americano Jalen Green, que anotou 34 pontos, e o centro turco Alperen Sengun, que fechou com duplo-duplo: 20 pontos, nove rebotes e oito assistências. A vitória, apesar de não mudar o recorde da equipe (0-1 na Conferência Oeste), foi um sinal claro de que os Rockets estão construindo algo diferente — e rápido.
Um primeiro tempo que desmontou o equilíbrio
O jogo começou com um ritmo acelerado. Os Rockets marcaram 28 pontos no primeiro quarto, enquanto os Nuggets, sem seus principais jogadores, só conseguiram 23. Foi nesse período que Green começou a dominar: drives rápidos, arremessos de três pontos sob pressão, e uma confiança que parecia contagiar toda a equipe. O técnico Stephen Silas, que tem sido criticado por sua falta de consistência tática, surpreendeu ao apostar em um jogo de transição constante — e deu certo. O segundo quarto foi ainda mais devastador: 41 pontos para Houston, o melhor segundo quarto da temporada até então. Enquanto isso, os Nuggets pareciam desorientados, sem o impacto de Jokić no banco. A diferença chegou a 18 pontos no intervalo.Os Nuggets tentam reagir — mas não o suficiente
Na segunda metade, os Nuggets tentaram reagir. Com 33 pontos no terceiro quarto, eles reduziram a vantagem para 11 pontos. Mas foi aí que Sengun entrou em cena. Não apenas como marcador, mas como motor de jogo. Suas passagens de bola para os arremessadores de três pontos, como Kevin Porter Jr. e Jabari Smith Jr., desmontaram a defesa de Denver. Ele não só jogou como um centro tradicional, mas como um playmaker de 2,08 m — algo raro no basquete moderno. O quarto quarto foi mais um exercício de controle. Os Rockets não precisaram de grandes jogadas: apenas eficiência. Green fechou com 34 pontos, 4 rebotes e 3 assistências. Sengun, com 20-9-8, foi o verdadeiro cérebro tático. Denver, por sua vez, terminou com apenas dois jogadores acima dos 20 pontos — e nenhum deles foi Jokić, que não jogou por lesão.Um time em construção, e não em reestruturação
Muitos ainda lembram de Yao Ming, o ícone chinês que vestiu a camisa dos Rockets entre 2002 e 2011. Mas o time de 2025 não é o mesmo. Não há nostalgia. Há construção. Green, de 23 anos, e Sengun, de 22, são a nova geração. Eles não estão tentando substituir lendas — estão criando a sua própria. A média de Green na temporada é de 21 pontos por jogo; a de Sengun, 18,7 pontos, 9,3 rebotes e 7,1 assistências. Esses números, combinados com a química entre eles, explicam por que Houston venceu — e por que pode vencer mais. A equipe está claramente em um processo de evolução, e não de recuperação.
Os próximos capítulos: uma série que promete
O jogo de 15 de janeiro não foi um acidente isolado. Os Rockets e Nuggets já estão programados para se enfrentar outras quatro vezes em 2025. Em 23 de março, no mesmo Toyota Center, será um jogo da temporada regular. Em 20 de dezembro, em Denver, no Ball Arena, será uma revanche direta. Mas o mais interessante? A partida marcada para 22 de novembro de 2025, que faz parte da NBA In-Season Tournament, com o nome oficial de “NBA Cup: Houston Rockets vs. Denver Nuggets — IN-SEASON CUP HOME GAME #2”. Isso significa que o confronto entre essas duas equipes já é visto como um dos mais promissores da temporada. E com os dois times em ascensão — especialmente Houston, que tem um dos elencos mais jovens da liga —, o duelo pode se tornar um clássico da nova era da NBA.O que isso significa para a Conferência Oeste
Apesar da derrota, os Nuggets ainda lideram a Northwest Division com um recorde de 0-1, mas estão a 1,5 vitórias da líder, Oklahoma City Thunder. Já os Rockets, com 0-1, estão empatados com Dallas e New Orleans — todos atrás dos Spurs e Grizzlies, que começaram a temporada com vitórias. Mas o fato de Houston ter vencido uma equipe com potencial de playoff, mesmo sem Jokić, é um sinal de que o time pode se tornar um candidato a surpresa. A defesa ainda é frágil, e os arremessos de três pontos estão inconsistentes — mas a química entre Green e Sengun é real. E no basquete moderno, química é mais valiosa que estatísticas.Frequently Asked Questions
Por que Jalen Green está se tornando o novo líder dos Rockets?
Jalen Green, de 23 anos, é o principal jogador da nova geração dos Rockets. Com 34 pontos no jogo contra Denver, ele demonstrou capacidade de liderança em momentos decisivos. Sua média de 21 pontos por jogo na temporada é a mais alta da equipe, e ele lidera o time em arremessos de três pontos. Diferentemente de jogadores anteriores, ele combina explosão física com inteligência tática, tornando-se o centro da ofensiva. Se continuar nesse ritmo, pode se tornar o primeiro All-Star dos Rockets desde James Harden.
Qual é o papel de Alperen Sengun no time atual?
Sengun é o cérebro ofensivo dos Rockets. Apesar de ser um centro, ele atua como um playmaker, com médias de quase 7 assistências por jogo — raro para um jogador de sua posição. Sua habilidade de passar, driblar e criar jogadas para colegas transformou a dinâmica do time. Ele não é apenas um marcador, mas um facilitador. Com 20 pontos, 9 rebotes e 8 assistências contra Denver, ele provou que pode ser o núcleo de uma equipe moderna, sem precisar de um armador tradicional.
Por que os Nuggets perderam mesmo sem Jokić?
Mesmo sem Jokić, os Nuggets têm talento. Mas a derrota mostra que o time ainda depende demais dele. Sem o centro turco, que tem médias de quase 30 pontos, 13 rebotes e 10 assistências, o ataque perdeu fluidez. Os outros jogadores, como Aaron Gordon e Michael Porter Jr., não conseguiram assumir o papel de líderes ofensivos. A defesa também falhou em conter Green e Sengun. É um sinal de que Denver precisa de mais profundidade — e não apenas de um jogador estelar.
O que o futuro reserva para os Rockets?
Com Green e Sengun, os Rockets têm a base de uma equipe competitiva nos próximos cinco anos. A próxima temporada pode ser a primeira em que eles se classificam para os playoffs desde 2019. A chave será manter a saúde dos dois jovens e melhorar a defesa. Os jogos contra Denver em novembro e março serão testes cruciais. Se vencerem esses confrontos, o time pode começar a ser visto como candidato a título — e não apenas como um time em construção.
Por que ninguém menciona Yao Ming nesses jogos?
Yao Ming se aposentou em 2011, após 9 temporadas nos Rockets, por problemas crônicos nos pés. Em 2025, ele teria 45 anos e está há mais de 14 anos fora do basquete profissional. Ele não tem nenhum vínculo atual com a equipe, nem na gestão nem como consultor. Mencioná-lo em jogos atuais seria como falar de Michael Jordan em um jogo dos Bulls de 2025 — histórico, mas irrelevante para o presente. A nova geração de Rockets não vive no passado.